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Candidíase vulvovaginal recorrente

A candidíase vulvovaginal recorrente é uma condição que afeta cerca de 5% das mulheres, causando quatro ou mais episódios de infecção em um período de 12 meses. Apesar de frequentemente relacionada à Candida albicans, nem sempre há fatores de risco evidentes, o que torna o diagnóstico e o manejo mais complexos.

Além disso, os sintomas como ardência, prurido e secreção vaginal podem ser confundidos com outras patologias, dificultando o reconhecimento precoce. Por isso, contar com orientação médica é essencial para evitar tratamentos inadequados e garantir mais qualidade de vida.

Candidíase vulvovaginal recorrente: como identificar e diagnosticar corretamente

Os sintomas da candidíase vulvovaginal recorrente incluem:

  • prurido vulvar;
  • ardência;
  • secreção esbranquiçada;
  • desconforto durante a relação sexual ou ao urinar.

Embora esses sinais sejam comuns, nem sempre indicam uma infecção por Candida. Por isso, é fundamental realizar exames específicos antes de iniciar qualquer tratamento.

Para confirmar o diagnóstico, o exame clínico deve ser complementado com microscopia da secreção vaginal e cultura em meio específico, especialmente nos casos recorrentes. O pH vaginal normal e a ausência de odor forte ajudam a diferenciar a infecção fúngica de outras causas, como vaginose bacteriana ou tricomoníase.

Mesmo com sintomas semelhantes, nem toda inflamação vaginal é candidíase. A automedicação, nesse cenário, é um risco, pois pode mascarar o quadro e dificultar o tratamento adequado. Dessa forma, o diagnóstico laboratorial torna-se indispensável, especialmente quando há resistência ao tratamento inicial ou repetição dos sintomas.

Tratamento eficaz e estratégias de prevenção

O tratamento da candidíase vulvovaginal recorrente começa com a confirmação do diagnóstico por meio de cultura. Com o agente identificado, inicia-se um regime de supressão com antifúngicos orais, como o fluconazol, ou tratamentos tópicos prolongados.

Em geral, o fluconazol 150 mg é administrado nos dias 1, 4 e 7, seguido de uma dose semanal por seis meses. Essa estratégia demonstrou altos índices de remissão dos sintomas. Alternativamente, o clotrimazol vaginal pode ser usado uma ou duas vezes por semana, conforme a resposta clínica.

Nos casos causados por espécies não-albicans, que são mais resistentes ao fluconazol, pode-se utilizar ácido bórico ou flucitosina por via vaginal. Esses tratamentos exigem mais atenção, porém são eficazes em grande parte dos casos.

Além do tratamento, é importante revisar hábitos de higiene íntima e evitar produtos que possam causar irritação ou resposta alérgica. Alguns casos de candidíase vulvovaginal recorrente estão associados a reações a sabonetes, absorventes ou até ao sêmen, o que exige uma abordagem personalizada.

Acompanhamento médico

Por fim, embora seja tentador utilizar tratamentos alternativos, como dietas ou probióticos, essas opções ainda não têm eficácia comprovada em estudos robustos. A recomendação principal continua sendo o acompanhamento médico contínuo, com exames e ajuste terapêutico conforme a evolução do quadro.

Se você suspeita de candidíase vulvovaginal recorrente, não ignore os sintomas. Procure um ginecologista para avaliação completa, diagnóstico correto e um plano de tratamento individualizado. O cuidado adequado pode evitar recidivas e devolver seu bem-estar íntimo.

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